(Este post foi originalmente publicado em 20/08/2004 em meu antigo blog, Blog da Aman.)
A maioria de nós, brasileiros, certamente conhece um dos chocolates mais populares em nosso país, fabricado pela Lacta: o Diamante Negro. O que a maioria talvez não saiba é sobre a origem de seu nome, inspirado no apelido dado pelo jornalista francês Raymondo Thourmagem a Leônidas da Silva (1913-2004). Impressionado com a destreza do jogador negro do São Paulo Futebol Clube, esse jornalista já o havia apelidado de homem-borracha por causa de sua elasticidade.
Quem foi Leônidas da Silva
Criador da jogada “bicicleta”, foi artilheiro da seleção brasileira de 1938 com oito gols marcados (quatro numa única partida contra a Polônia), quando foi eleito o melhor jogador do mundial. Para muitos, sua destreza com a bola superava a de Pelé, considerado o melhor jogador do mundo por muitos anos. O problema é que no período em que Diamante Negro atuava os jogos não eram televisionados, por isso suas jogadas não foram perpetuadas nem sua habilidade pôde ser comparada.
Para homenageá-lo, em 1940 a Lacta lançou o chocolate de mesmo nome, pagou a ele dois contos de réis e nunca mais tocou no assunto. Desencanado, Leônidas da Silva deixou por isso mesmo. Mais tarde, tornou-se comentarista esportivo e atuou até 1974, quando foi obrigado a se aposentar por causa dos primeiros sintomas do mal de Alzheimer. A doença o foi debilitando aos poucos. Morreu aos 90 anos, em 2004, numa clínica paulista, esquecido pelos torcedores e ignorado pelos fãs do chocolate da Lacta. Seu apelido, porém, será eterno nesse produto delicioso e bem-sucedido, pelo menos enquanto a empresa continuar produzindo-o.
Para perpetuar a história do verdadeiro Diamante Negro, da próxima vez que você comprar esse chocolate, envie um pensamento carinhoso ao Leônidas e compartilhe essa história com seus amigos, principalmente se você for fã de futebol e admirar as jogadas de bicicleta nas partidas em todo o mundo.
Amandina Morbeck